Nesta entrevista exclusiva, Santiago Chamorro, presidenteda GM América do Sul, compartilha insights valiosos sobre a transição para os veículos elétricos (EVs) e a preparação da Rede Chevrolet para essa transformação. Chamorro destaca a importância estratégica dos EVs e enfatiza a necessidade de esclarecer mitos sobre essa tecnologia. O conteúdo especial também ressalta o sucesso da Rede Chevrolet em atender às demandas dos clientes e a importância de colocá-los no centro de todas as discussões. Confira os destaques!
Revista Em Rede: Quais são os principais desafios que o mercado de automóveis enfrenta atualmente no Brasil? E como está a Chevrolet neste cenário?
Santiago Chamorro: Na GMSA, temos uma estratégia ambidestra. Por um lado, de olho no curto prazo, temos que aplicar toda a disciplina e administrar o negócio de forma granular, com foco nos resultados, para garantirmos a geração de resultados financeiros sólidos, que nos permitam investir no futuro. E, por outro lado, de olho no longo prazo, abraçar definitivamente a visão de zero acidente, zero emissão e zero congestionamento, o que significa investir em veículos cada vez mais conectados, eletrificar nosso portfólio, avançar no caminho da autonomia e aproveitar todos os nichos do negócio.
A atual conjuntura é desafiadora e é justamente por isso que devemos redobrar esforços para cuidar da margem, encantar nossos clientes e fortalecer nossa marca Chevrolet. Não se trata do tamanho da concessionária, mas sim de uma clara orientação voltada à performance. Isso se traduz em atendimento de excelência ao cliente, trabalho de qualidade com a marca, com os serviços, com a GMF, com o pós-vendas e com as instalações, garantindo o melhor resultado financeiro também.
Recentemente, estive na viagem do Clube do Presidente e, na ocasião, fiquei feliz em encontrar a rede, reconhecer e celebrar os melhores entre os melhores da América do Sul.
Temos bons produtos, temos uma marca reconhecida pelos sul-americanos, temos excelência no atendimento, temos o Onstar, temos a GMF, além de uma incrível engenharia e capacidade de produção. Temos grandes diferenciais competitivos. Com todo esse cenário em vista, posso afirmar que, qualquer que seja o desafio, será uma honra enfrentá- lo junto com a Rede Chevrolet, que é super capacitada para isso.
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Qual é a estratégia da Chevrolet para se manter competitiva e aumentar sua participação de mercado?
Santiago Chamorro: 2023 é o ano das picapes Chevrolet. Começamos com o lançamento da Nova Montana, que tem trazido resultados e perspectivas muito positivas. Até o final deste ano, a Silverado também chegará ao mercado, que, juntamente com a S10, que foi líder do segmento por muito tempo, temos uma sólida oferta neste importante segmento.
Sozinha, a picape médio-compacta Montana deve representar um volume incremental estimado em 35 mil unidades até dezembro.
Fico muito feliz e satisfeito quando vejo que a GMF, trabalhando em alinhamento com a GMSA, gera resultados positivos para o negócio. Por isso, reitero o convite para vendermos com empenho o Plano Chevrolet Sempre, o que ajuda o cliente a comprar seu automóvel em tempos de inflação mais alta, graças a uma parcela menor. Isso colabora também para o negócio futuro de seminovos e ajuda na retenção de pós-vendas.
Agora, temos a oportunidade de nos aprofundarmos também no negócio de seminovos. Este sim é o verdadeiro carro popular ou carro de entrada, que custa menos que o carro zero km. No entanto, atualmente temos somente 1% neste mercado no Brasil, o que mostra que há um importante espaço de crescimento a explorar. Além de investir mais pesadamente na venda dos zero km, alternativamente, os seminovos podem ser uma porta de entrada para a marca Chevrolet, o que renderá fidelização e novas vendas no futuro.
Por último, gostaria de agradecer o foco no cliente e no NPS positivo. Nosso propósito diário é conectar nossos clientes ao que realmente importa em suas vidas, o que a Rede Chevrolet tem traduzido com maestria.
O que falta para o carro elétrico ser uma realidade para o consumidor brasileiro?
Santiago Chamorro: Gostaria de convidar a todos para abraçarem com determinação a eletrificação do nosso portfólio. Esse será um legado importante que deixaremos para as gerações futuras. Não se trata apenas de uma métrica corporativa, mas sim do incontestável fato de que, dada a matriz energética brasileira, que é limpa e autossustentável, o EV é a melhor opção para o planeta, melhor que o carro híbrido e melhor que o veículo a combustão interna.
Há muitos mitos sobre os carros elétricos, com os quais devemos trabalhar conjuntamente para esclarecê-los, para ampliar o conhecimento sobre os EVs. Sugiro que vocês vejam os vídeos da websérie sobre EVs no media.gm.com/brasil.
É um mito, por exemplo, que EVs vão gerar um apagão na rede elétrica. É um mito dizer que o Brasil não tem vocação para EVs ou que eles são automóveis caros. Também é um mito dizer que os EVs vão destruir o agronegócio. Deixo duas estatísticas com vocês: de acordo com nossos estudos, 86% dos brasileiros consideram um elétrico na sua próxima compra; ao mesmo tempo, nenhum dos proprietários de elétricos gostaria de ter um veículo a combustão novamente. Essa é a prova de que o futuro é 100% elétrico.
Por isso, a proposta da GM, em linha com sua visão de futuro de zero acidente, zero emissão e zero congestionamento, aponta para a rápida adesão aos elétricos, que é a tecnologia do futuro. Acreditamos na pluralidade tecnológica e confiamos que o cliente vai fazer a melhor escolha, de olho não só na melhor eficácia e custo de propriedade do produto, mas também com vistas à sustentabilidade.
Como a Rede Chevrolet deve se preparar para a transição para os veículos EVs?
Santiago Chamorro: No passado, tivemos experiências parecidas: fizemos a transição do carburador para a injeção eletrônica, por exemplo, o que também gerou uma ansiedade que é natural nesse tipo de processo. Também transicionamos para a transmissão automática e já ensinamos aos clientes como funcionava a tecnologia Flex. Experiência não nos falta.
Em todos os casos, essas mudanças tecnológicas suscitaram uma certa resistência, que é natural. No entanto, como em tantos outros momentos que passamos como sociedade, precisamos dar espaço à evolução, precisamos nos preparar e abraçar a transformação. Estamos prontos para o que o mercado vai exigir em termos de comércio internacional de veículos nos próximos anos; os EVs já estão sendo adotados e incentivados em diversos países da Europa.
É importante fazermos uma reflexão: vamos ficar de fora dessa transformação? Quando a resistência nos paralisa, isso é ruim. Você está resistindo sem ação? Está ficando fora da transformação? O momento é agora; devemos trabalhar no pós-vendas, na infraestrutura, na experiência do consumidor, na saída do conceito preço para o conceito “custo total de operação”, focando na profundidade do nosso negócio digital, no aproveitamento de GMF e OnStar. O time da GMSA está pronto para avançar nessa transformação. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, deixamos para trás o CD player, a máquina fotográfica manual e o toca-fitas. Tudo o que veio depois tornou-se indispensável nos dias de hoje.
Como você avalia o trabalho das concessionárias brasileiras?
Santiago Chamorro: A Rede Chevrolet no Brasil tem toda a minha admiração, respeito e carinho; são vocês que levam a marca Chevrolet adiante, nesses 98 anos de presença no País. Fico extremamente feliz em ver o cliente no centro de todas as nossas discussões e ver uma Rede com capacidade ambidestra e com resiliência que só o trabalho em equipe pode gerar.
Esta Rede é campeã de atendimento ao cliente, com pontuação de 93 no NPS de Vendas, 88 no NPS de Pós- Vendas e é líder no ranking global para a Chevrolet. É campeã também nos quesitos de marca, com grande evolução nos itens de Consideração e Opinião, com 100% das concessionárias dentro dos padrões da nossa marca.
A integração da Rede com a GMF atingiu um share de quase 80% e uma penetração do plano Chevrolet Sempre superior a 50%. A Rede, assim como a marca Chevrolet, é pioneira em conectividade e telemática com OnStar e tem grande apetite pelo pós-vendas, tendo faturado em 2022 1,8 bilhão de Reais e quase 800 Reais no ticket médio de acessórios, mostrando grande evolução ao longo dos anos.
Nossos concessionários classe A têm os melhores níveis de participação relativa, de faturamento em peças, melhores instalações, maiores vendas de seminovos, melhores margens de operação e clientes mais felizes. Ao mesmo tempo que reconheço os dealers A do ano de 2022, convido os demais a se engajarem para atingir este patamar em 2023.
Vivemos nosso propósito todos os dias junto com nossa Rede: sermos pioneiros nas inovações que movem e conectam as pessoas com o que realmente importa em suas vidas.
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