Fernando Brito Santos, Gerente de engenharia elétrica e eletrônica da GM, está à frente das iniciativas de cibersegurança da empresa. Em entrevista exclusiva, ele revela os principais desafios enfrentados pela montadora e detalha as soluções adotadas para garantir que a tecnologia embarcada em seus veículos seja avançada e altamente segura.

“A GM conta com um time de pessoas alocado exclusivamente na definição de requisitos de segurança cibernética, que monitora continuamente ameaças aos seus produtos e operações através de múltiplas camadas de proteção, estratégias de detecção e parcerias para identificar vulnerabilidades”, destaca o engenheiro.

Com a evolução do conteúdo eletrônico nos veículos, incluindo a conectividade cada vez mais ampla, aumentam as superfícies de ataque. Ou seja, cada nova funcionalidade digital no veículo pode potencialmente ser explorada por hackers. A GM, pioneira no setor, atua fortemente no monitoramento e mitigação de riscos identificados.

Uma das inovações mais marcantes dos últimos anos é a capacidade de realizar atualizações remotas de software nos veículos. Embora isso ofereça uma conveniência inédita, também apresenta riscos significativos. A ideia de que um cibercriminoso possa interceptar uma atualização e, assim, comprometer um sistema veicular é uma preocupação real.

Porém, Fernando Brito Santos tranquiliza: “A atualização remota de software em veículos é uma das possíveis superfícies de ataque, mas os elementos de segurança cibernética adotados pela GM garantem a proteção do usuário, do veículo e dos sistemas envolvidos”. O especialista explica que essas proteções abrangem desde os componentes do automóvel até os protocolos de comunicação interna, passando pela operadora de celular e chegando aos servidores da GM, que coordenam todo o processo de atualização.

A infraestrutura de back- end que sustenta diagnósticos remotos e telemetria também enfrenta riscos cibernéticos. Para protegê-la, a GM implementou várias camadas de segurança. “Algumas das ações incluem o uso de firewalls, certificados digitais, além de auditorias, testes de intrusão, escaneamentos de vulnerabilidades e monitoramento constante de redes e bases de dados”, explica Fernando Brito Santos, destacando a necessidade de proteger os sistemas que conectam os veículos à fábrica.

Olhando para o futuro, o engenheiro da GM vê a cibersegurança automotiva como um campo em constante evolução, à medida que novas tecnologias, como o 5G e o conceito de veículos definidos por software (software- defined vehicles), entram em jogo. “As estratégias de segurança cibernética estão em constante evolução. Novos elementos são adicionados a cada evolução do produto, seja uma nova funcionalidade, um novo sistema, ou uma nova arquitetura”, afirma.

Fernando Brito Santos observa que a GM tem sido pioneira na adoção de estratégias de proteção em camadas, que começam no nível do chip dos módulos eletrônicos e vão até a infraestrutura de back-end, garantindo que todas as conexões entre esses sistemas estejam seguras. “A cada nova evolução das arquiteturas elétricas, novas camadas de segurança são adicionadas e novos protocolos são implementados. Tudo isso para seguirmos pioneiros nessa área e garantir a segurança e tranquilidade dos nossos clientes”, reforça.

Em um mundo cada vez mais digital, onde os veículos se tornam mais conectados a cada nova geração, a GM está comprometida em liderar também o caminho na proteção cibernética. Não se trata apenas de garantir que os carros funcionem de maneira eficiente, mas também de assegurar que os dados dos usuários estejam protegidos e que os sistemas veiculares não sejam vulneráveis a ataques externos.

Com uma abordagem proativa, a GM está constantemente à frente das ameaças, implementando medidas de segurança robustas para um futuro em que a conectividade e a confiança caminham lado a lado.

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