Didentidade e as práticas digitais das pessoas estão se tornando tão reais e significativas para as nossas vidas quanto nossas experiências físicas. Nesta nova realidade, surge o metaverso: um mundo de possibilidades, um híbrido entre o universo real e o digital. Além da tecnologia, está em andamento uma gigantesca evolução social e cultural.

O termo Metaverso está em alta desde 2021, quando o Facebook anunciou o objetivo de se tornar uma “empresa de metaverso” em até cinco anos. Mas, isso não significa que este novo conceito esteja distante do dia a dia das pessoas. A ideia representa a possibilidade de acessar uma espécie de realidade paralela, onde é possível viver uma experiência de imersão.

Tecnicamente, o metaverso não é real, porém, busca transmitir uma sensação de realidade e possui toda uma estrutura no mundo físico para isso. Certamente, a visão de futuro é que esse é o próximo estágio de convivência humana e de consumo.

Afinal, o metaverso será mais um campo que unirá experiências de entretenimento, convivência, compra e diversão em universos digitais, mas com interações físicas via voz, sensor de movimento, realidade virtual, realidade aumentada, chips integrados em nossas roupas e corpos, entre muitas outras possibilidades.

Movimentos atuais, como o show do cantor Travis Scott no jogo Fortnite, roupas para avatar da Gucci, experiências no Microsoft Mesh e vendas de obras de arte, cards colecionáveis com NFT são exemplos de pílulas de metaverso, experiências que as empresas estão realizando para entender a potencialidade desse novo universo e se preparar para o ‘novo mundo’.

O FUTURO ACONTECE AGORA

No setor automotivo e da mobilidade, já é possível ver sinais dessa imersão virtual na aplicação de realidade virtual nas concessionárias, para auxílio às vendas, e dentro das fábricas, no desenvolvimento de novos produtos.

Um exemplo: muitas ações, contatos e interações que atualmente ocorrem no ambiente online das revendedoras esbarram no desejo do consumidor por um contato mais humanizado. No metaverso, é possível criar avatares de atendimento para interagir com os avatares de clientes, oferecendo a sensação de presença e trazendo mais emoção ao momento da compra.

A natureza do metaverso também torna mais fácil para os usuários optarem pela publicidade. Uma plataforma pode, por exemplo, especificar que, ao ligar um headset de realidade virtual e realizar o login, o usuário consente a publicidade personalizada. Assim, para marcas automotivas e concessionárias que desejam chamar a atenção e conquistar clientes, nunca é cedo demais para começar a explorar a próxima zona de oportunidade.
Uma montadora sul-coreana já está, inclusive, atuando no metaverso, hospedada no jogo ‘Roblox’ – plataforma que conta com 43,2 milhões de usuários diários. Lá, é possível testar os automóveis da marca, explorando o futuro da inovação e replicando as experiências de engenheiros e designers.

Uma fabricante alemã de veículos já criou no Brasil um showroom virtual, onde o cliente visualiza virtualmente o interior dos veículos, através de um óculos digital.
O metaverso fornece um caminho de oportunidades para visualizar veículos e interagir com vendedores de maneira mais fluida, em vez de fazer compras em um site mecânico. É claro que um test drive virtual não substitui a realidade, mas é uma grande chance de aumentar a conveniência e diminuir o atrito durante a jornada de compra do cliente.

Assim, a expansão silenciosa para o metaverso mais amplo tem a possibilidade de tornar as vendas de carros 100% remotas. Os compradores poderão acessar as concessionárias remotamente, a partir de seus próprios óculos virtuais.

As gerações Z e a Alpha, que surgiram após os anos 2000, têm a atenção das marcas com a introdução de ações no metaverso. E, se hoje as pessoas já investem dinheiro lá para comprar roupas e outros itens para os seus avatares, é muito importante estar por perto para não perder futuras oportunidades de negócios.